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ARTE EM MULTIMEIOS - POEMA QUASE PRONTRO

ZayMPereira e a linguagem nova   Alberto Beuttenmuller 1986

 

"A arte visual internacional poderia ser dividida, neste século, em duas atitudes: a de Pablo Ruiz Picasso e a de Marcel Duchamp. Ambos representam as duas facçoes em que se fundamentou toda a teoria estética do século XX. Picasso produziu milhões de obras, atuando nas diversas técnicas - escultura, cerâmica, desenho, gravura e, notadamente, pintura.

Duchamp, sua antítese, produziu pouco, não mais que umas cento e cinquenta obras, mas conseguiu perturbar o mundo artístico tanto quanto seu colega espanhol. Por isso mesmo os artistas da nova geração sempre buscam nesses dois exemplos os paradigmas para sua próprias produções artísticas. Se Picasso descobriu a pintura do século, Duchamp descobriu "a retarde" a antipintura.

ZayMPereira preferiu o caminho duchampiano. Nessa estrada, não raro cheia de armadilhas, o artista busca suas linguagens através de um conceito, contendo sua obra a própria crítica, o conceito é expresso à maneira da esfinge, é preciso portanto decifrá-lo. Caso contrário será devorado. Há um certo cinismo nessas obras de ZayMPereira.

Cinismo este à maneira da Escola Cínica da Antiga Grécia. Para a comprovaçao de uma tese, parte-se do seu inverso, ironicamente, produzindo um riso amargo nessa comprovação. É uma espécie de humanismo ao reverso. A luz é um dos signos, aliás com muitos significados, nesta obra de ZayMPereira. Ele cria um clima fantasmagórico, espécie de cenário teatral para suas instalações. ZayMPereira quer fazer a arte total: teatro, cinema, artes plásticas, em um verdadeiro ballet de formas e conteúdos".

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